sábado, 28 de novembro de 2009

O balão vermelho...


Já ao longe
vejo o balãozinho vermelho
dançando ao sabor do vento
todo pomposo
subindo e subindo

Pode ir balãozinho
não posso mais deter-te no calor seguro de minha mão
teu fio me escapa aos dedos
levado pela força sedutora do vento
que alisa tua pele corada
e te embala com volúpia

Mas te conto uma novidade balãozinho
não tenho mais medo, pois,
guardo comigo um segredo:
o ar que te coloca no colo do vento
é o sopro dos meus desejos mais profundos...
E assim amiguinho
quando te romperes
já cansado de tantos perigos e delícias
minha alma se espalhará ao vento
livre
leve
vermelha.


A.Lia

Meu rosto...


Meu rosto expressa a ausência
não sou nada
não tenho convicções, inspirações
certezas..
tudo me chega lenta
mente
com suores...
Meus passos são dobrados
como se precisasse de dois para cada passada
Tenho estado vazia, não de interesses
de vontades apenas...
As pessoas flutuam por mim como balões cinzentos
Mas, por vezes,
como por milagre
vejo um balãozinho vermelho...
e a ausência dá lugar a um certo rubor, ainda tímido
como um pequeno tremor de terra anunciando a erupção
Mas a distância logo se faz
e fico...contemplando...
o balãozinho vermelho.
A.Lia