terça-feira, 10 de abril de 2012

Toque de recolher...

Fui traída por mim mesma
Nenhuma gota de àlcool me consome
mas bêbada de ti, me enganei de corpo
e principalmente de alma

Cega de afeto
minhas mãos e minha boca te percorreram
como se nada mais fosse possível além de nós
tudo tão certo, tão bem feito
teu carinho é tão exato no meu corpo
teu tempo é tão igual ao meu

É disto que é feito o amor
de tempo
e também de erro
e de dor

Um erro fatal me tomou de surpresa
nada é realidade do muito que significou para mim
Meu sangue diluído em dor
percorre meu corpo atrás de indícios contrários
deixados com tua ternura
mas só encontra sinais de que tenho sido feita de desilusões
de enganos

Teu pedido de desculpa
soa como um toque de recolher
recolher os pedaços
do que sobrou daquilo que vivi sozinha

A.Lia

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Nós...


Uma outra de mim ocupa tua memória
como se não tivesse havido futuro
como se não houvesse nada
além daquelas nossas noites clandestinas

Mas o tempo bateu na porta, eu abri
e foi uma longa conversa
por vezes uma confissão forçada
arrancada..necessária

Aquela menina daquelas noites dançantes
ficou em algum lugar do caminho
mas o anseio por ser tua
esse o tempo trouxe com ele

Hoje é uma mulher que te deseja
de corpo e de alma
sem jogo
sem voltas
pra todo mundo ver

Te quero como sempre
como nunca te quis
como meu
como nunca foste

Mas esse mesmo tempo
que me fez mulher, que te quer a cada dia
levou os teus desejos de mim
e agora a sensação que eu tenho
é que nunca seremos

O tempo ri me dizendo
que, talvez, nem mesmo naquelas noites jovens
tenhas me querido como eu
pois dou-me conta que sempre dependeu de ti

Estaremos sempre juntos, porém
nas entre-safras
no meio do caminho
provisórios... clandestinos.

A.Lia