sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Nós...


Uma outra de mim ocupa tua memória
como se não tivesse havido futuro
como se não houvesse nada
além daquelas nossas noites clandestinas

Mas o tempo bateu na porta, eu abri
e foi uma longa conversa
por vezes uma confissão forçada
arrancada..necessária

Aquela menina daquelas noites dançantes
ficou em algum lugar do caminho
mas o anseio por ser tua
esse o tempo trouxe com ele

Hoje é uma mulher que te deseja
de corpo e de alma
sem jogo
sem voltas
pra todo mundo ver

Te quero como sempre
como nunca te quis
como meu
como nunca foste

Mas esse mesmo tempo
que me fez mulher, que te quer a cada dia
levou os teus desejos de mim
e agora a sensação que eu tenho
é que nunca seremos

O tempo ri me dizendo
que, talvez, nem mesmo naquelas noites jovens
tenhas me querido como eu
pois dou-me conta que sempre dependeu de ti

Estaremos sempre juntos, porém
nas entre-safras
no meio do caminho
provisórios... clandestinos.

A.Lia