terça-feira, 10 de junho de 2008

Ritmo

serei sempre assim... lenta
vou sempre sentir aos poucos e muito
vou sempre sair anunciada, aos solavancos, despejada..
...
mas e se eu vivesse com o gosto de quem não tem tempo
de dois em dois, atropelando
sorrateira, chegando depois, saindo antes
cega, surda e muda
...
quero acelerar a fita,
quero saltar para fora do tempo
disfarçar a acidez da sílaba..
pintar a parede de dourado.
...
Mas no branco pálido do papel, restam as palavras reclusas
em seu ritmo próprio...
na lentidão cruel da dor.

A.Lia

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