quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Madrugada...


Nessas madrugadas em que o sono tarda
o silêncio seria meu mais fiel inimigo, não foste tu...
Ouço-te, curiosa de tua cor
de tuas formas
de tuas intenções..
Inicias teus lamentos por volta das três
seguindo por um bom tempo
No início penso estares em minha janela
Mas ao longo de tua rotina
percebo que te afastas de mim
ocasião em que carece esforçar-me para ouvir-te
Ah.. doce trovador
diz-me de que tratam teus acordes
és meu companheiro na solidão da noite?
Por vezes, imagino-te ao pé de um galho
com tua penugem fria e orvalhada
evocando tua amada
tecendo versos desesperados
anunciando aos poetas tuas dores e teu desamor
Por vezes imagino-te celebrando tuas dádivas
deitando nos ouvidos da escuridão as tuas juras de amor
Ah.. amigo oculto
espalha em cada gota de orvalho
tua esperança
tua beleza
e me ensina a celebrar a vida
pois meu canto é triste
e minha existência incompleta.
A.Lia

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